Não esquecendo de falar do belo atendimento do dono do armazém, o Henrique. Sujeito pacato, muito na dele mas de uma hospitalidade incontestável. A passagem pelo Armazém Senado ia ser rápida, pois eu e meu cumpadre íamos visitar mais dois butiquins.
Estávamos na terceira cerveja, prontos para partir quando surge o meu mestre de samba e boemia, e amigo Moacyr Luz. Que surpresa! E eu mal sabia que ia chegar mais gente, muito mais. O Moa me disse que tava na igreja de São jorge, na missa em
homenagem ao aniversário de 58 anos do clube Renascença. Pra quem não conhece, o Renascença é um clube de resistência negra e sede do maravilhoso e tradicionalíssimo Samba do trabalhador. Moa também disse que a rapaziada tava saindo da igreja e indo em direção ao armazém para bebemorar. Aí pensei: "isso não vai prestar..."
Em poucos minutos chega ao armazém um verdadeiro batalhão de bambas e boêmios, dentre eles, o também camarada e grande sambista Marquinhos Sathan, o presidente do clube e toda a velha guarda desse "Doce refúgio" que é o Renascença. Aí sim a festa estava completa! Sem pensar, eu disse ao meu cumpadre Daniel Duarte: "Já sabe que a gente não vai sair daqui tão cedo! Pode preparando o "figueiredo", porque ele vai trabalhar, e muito!"
O papo rolava solto, numa alegria geral. Pude matar saudades e colocar o papo em dia com grandes figuras. Com toda essa farra, o número de garrafas vazias se multiplicavam num ritmo impressionante, devidamente acompanhado de porções de mortadela e tremoços. Com isso, meu xará sacou a sua máquina fotográfica de última geração e começou disparar clicks desse encontro improvável, porém fantástico. Conforme a graduação alcoólica subia, a cantoria começava. Um verdadeiro carnaval! Essa farra toda varou a tarde. Saímos por volta das 16:30 da tarde. 
Eu, em particular, saí com os olhos marejados. Totalmente emocionado com esse dia em que o Rio de janeiro estava esplendoroso, e eu num belo butiquim cercado de amigos e pessoas maravilhosas colocando em prática o belo ofício de rir, beber e conversar.
Viva a boemia!!!
Até!