Cariocar...

É por isso que amo o Rio.
Foi aqui que tornei gente com toda a incoerência a mim permitida e outorgada. Foi nessa cidade que conheci o samba e suas nuances em verde e rosa, com toda prosa que sobe e desce o morro de ladeiras íngremes pontuadas de notas musicais.
Desci o asfalto e aos prantos dancei em sua avenida. Ladeada por uma imensidão de mar e de gente de corpos bronzeados.
Foi aqui que encontrei uma espécie de nômades familiares com os quais esbarro nas areias, nos bares, nas esquinas.

Fui até Madureira pra conhecer o rio azul e branco de poesia dos mestres. Atravessei a cidade pra brincar no confete da vermelho e branco da Tijuca.
Fiquei até o amanhecer na Lapa de grafites neon com toda a sorte de diversidade. Ouvi o ecoar de tambores, chorei com a cuíca, e sorri com o repique de pandeiros e batucar de tamborins.
O ritmo de bambas me fez mais feliz em Lá maior. Nessa terra de altíssimos lustres, olho o mar que invade o Vidigal e vai até a África passando pela Niemeyer. Ao sair do Joá, vejo o Dois Irmãos ladeado pela orla. Agradeço por me ser permitido me apoderar desse lugar.

Eu carioco, tu cariocas e eles deveriam cariocar pelo menos uma vez na vida.

Texto de Carol Marques (out/08)

Bonito, né?

Rua do Ouvidor: Bar Antigamente

A rua do Ouvidor é realmente um lugar incrível, sem dúvidas a mais charmosa da cidade. Principalmente o seu último trecho, entre as ruas 1° de março e Mercado. Abriga a mais carioca e mais aconchegante livraria, a Folha Seca.
É também palco de uma das mais badaladas
rodas de samba da cidade,
o samba da Ouvidor.
Além de abrigar belos butiquins (assim escrito no sotaque carioca) como o Antigamente.

Com uma bela decoração, o bar acompanha o charme da rua em que reside. A temperatura da cerveja dispensa comentários, sempre gelada.

Seus acepipes são maravilhosos, dignos de se comer
de joelhos e agradecendo a Deus por tal benção.

Tudo é muito gostoso e bem feito,
mas merecem destaque:

o Frango na púcara, o delicioso pastel de costela e a Tortilla de carne-seca

(com esse, o Antigamente concorreu no festival Comida di buteco).

Sem falar de um dos sócios,

Carlinhos Laguna, que é o único português flamenguista que eu conheço. Gente finíssima.

Vale muito a pena conferir esse reduto boêmio.
Mas vai uma dica:
em dia de samba da Ouvidor chegue cedo,
pois o espaço é bem concorrido.
Mas se preferir ir com mais calma,
vá durante a semana.
O samba rola de 15 em 15 dias.
Sábado sim, sábado não.

Vida longa ao Antigamente e seus fundadores!!!

E salve a Rua do Ouvidor!

Até!

Um templo da boemia carioca: Casa Paladino

Na semana passada estive nesse belo estabelecimento e lembrei que até então, não havia escrito nenhum texto sobre esse magnífico reduto boêmio que é o Paladino.

Localizado há mais de 100 anos na esquina das ruas Uruguaina e Visconde de Inhaúma, no centro do Rio,
o Paladino resiste bravamente aos tempos de lei seca, violência e outros problemas que afligem nossa sociedade.

Com um atendimento nobre, os garçons servem os chopes muito bem tirados
e na temperatura ideal.
Sem falar de seus acepipes que são simplesmente deliciosos.

No cardápio, delícias como os sanduíches de lombo cozido c/ provolone, calabresa, maminha defumada e pastrame. Tudo no pão francês e na chapa. Outro sucesso da casa é o omelete. Tem de sardinha, atum e muitos outros.

Outro ponto bacana em se destacar,

é a delicatessen que fica na entrada do estabelecimento, onde estão à venda vinhos, cachaças, azeites e enlatados.

Tudo muito bem organizado em prateleiras de madeira muito bem trabalhada.

Coisa fina.

Quem não conhece, não sabe o que está perdendo.

Vale muito a pena conferir!

Até!

Um doce refúgio em Santa Teresa: Jasmim Manga!

Era domingo, dia de votação (1° turno), dia chuvoso. Após cumprir o meu dever cívico, tinha um compromisso com o meu grupo de samba, o Conversa de Malandro. Era uma sessão de fotos para divulgação, e o bairro escolhido foi Santa Teresa. E a nossa produtora escolheu um café muito charmoso que fica localizado no coração de Santa. O Jasmim Manga. Confesso que não sou de frequentar cafés, pois prefiro os Butiquins (assim escrito no sotaque carioca) mais vagabundos. Mas me rendi ao charme, ao atendimento e as delícias oferecidas por este café.

O lugar é lindo,decoração de muito bom gosto. Na bebida,

dou nota dez. Cachaças como a Lua cheia, Magnífica e Seleta. As cervejas eram Boêmia e a deliciosa Antarctica Original. Também vale muito a pena provar a Caipivodka, e é claro, o café expresso e o capuccino que são deliciosos. Na comida, algumas surpresas como

o camarão no whiskey c/ arroz de gorgonzola, a caldeirada de frango, os quiches diversos acompanhados por uma bela Salada e a boa e velha feijoada que é servida aos domingos.
Em destaque também as pizzas da casa,
de massa bem fininha. Uma delícia!
E pra quem gosta de doce, o Brownie é um espetáculo.

É isso,

Mais um belo local para praticarmos o belo ofício de rir, beber e conversar.
Adorei o Jasmim Manga!
E tanto que estou fazendo um samba e choro por lá.
Todos os domingos a partir das 14h.
Pra quem quiser conhecer o Jasmim manga, o endereço é:
R. Paschoal Carlos Magno, 143 - Largo dos Guimarães, Santa Teresa.

Até!

A chama nunca se apagará!

O compositor Luiz Carlos da Vila faleceu nesta segunda-feira de manhã, no Hospital do Andaraí, no Rio, onde estava internado há 40 dias. O sambista, de 59 anos, lutava contra um câncer no intestino e já havia sido operado em 2002. Seu famoso samba "Kizomba - A festa da raça" deu o primeiro título para a Vila Isabel no desfile de escolas de samba cariocas. Enttre suas músicas conhecidas estão "Além da razão", "Por um dia de graça",
"Doce refúgio" e "O show tem que continuar".
Luiz Carlos da Vila, conhecido como o Poeta do Samba, era casado e não tinha filhos. O velório é hoje na quadra da Vila Isabel e o enterro é amanhã no cemitério de Inhaúma.
O sambista nasceu no bairro de Ramos, mas morou grande parte da vida em Vila da Penha, de onde tirou o sobrenome artístico. Estudou acordeom e violão, e na década de 70 ia aos ensaios do bloco Cacique de Ramos, onde tocava e apresentava seus sambas. Sua admiração por Candeia rendeu em 1998 um disco, "A luz do vencedor", pela CPC-Umes, dedicado exclusivamente à obra do compositor.

Tive o prazer de conhecer e tocar com esse grande compositor,
além de um ser humano incrível.
Hoje está tudo sem graça; O samba, a Boemia, a vida.

Valeu Zumbi!!!
Adeus Luiz, Adeus...

Butiquim em destaque: Café Gaúcho!

Localizado no centro do Rio, mais precisamente na esquina das ruas São José e Rodrigo Silva, o Café Gaúcho é um típico
butiquim carioca, de acepipes bem servidos e deliciosos.
Era fim de tarde, liguei para uma amiga também "butequeira" que não exitou em atender o meu chamado. O buteco é simples, os poucos lugares que tem pra se sentar são no balcão.
Fora isso, só em pé com aquelas mesinhas mais altas.

É uma ótima pedida pra quem sai do trabalho e faz uma pequena paradinha pra relaxar e refrescar a alma com o ouro líquido tirado

na pressão. Fui com esse espírito.

Fui no centro resolver uns problemas e logo me lembrei desse belo templo da boemia. Mas o que era pra ser uma rápida parada se tornou em horas de bate-papo, um belo pernil fatiado com uma quantidade generosa de cebola (Para o desespero da minha amiga Luciana) e uma respeitável quantidade de chopps que foram apreciados até última gota.

Além do pernil fatiado já citado, outros belos acepipes a serem degustados são os generosos e deliciosos sanduíche de pernil e o cachorro-quente de linguiça, servido no pão françês e as clássicas empadinhas de camarão, frango e por aí vai.

Confiram!

Até!